sábado, 11 de agosto de 2012

A Soberania de Deus - PARTE I

A soberania de Deus é um assunto bastante interessante e muito polêmico também. Apesar da grande diversidade de denominações cristãs que existem por aí, um dos ensinamentos que não podem ser contrariados é o fato de que o nosso Deus é soberano em toda a sua vontade. Isso porque a própria Bíblia nos revela este atributo divino. Muitos cristãos creem na soberania de Deus, mas não procuram estudar, ou pelo menos, entender o que a Bíblia fala sobre essa questão. Neste esboço, iremos nos basear no texto de Romanos 9 para tentar entender um pouco mais sobre esse assunto, que é alvo, muitas vezes, de interpretações equivocadas.

1. Deus não tem faltado a sua Promessa (vs. 6-13)

Neste texto vemos um problema que o apóstolo Paulo está tratando com os judeus e que é, sem dúvida, um dos assuntos principais quando se refere à salvação do povo de Israel. Os judeus acreditavam que, pelo simples fato de pertencerem a “raça eleita”, estavam salvos de seus pecados. Deus havia feito uma promessa com Abraão e então todos os seus descendentes (Israel) estariam salvos, independentemente do estilo de vida em que viviam, pois, querendo ou não, estavam sob a promessa de Deus. Vemos o exemplo de Nicodemos, que realmente acreditava nisso, na ocasião onde foi ter com Jesus em Jerusalém (João 3).

Paulo responde a esses questionamentos dizendo que “nem todos os de Israel são, de fato, israelitas” (v. 6). Ou seja, nem todos os que são judeus estão debaixo da promessa de Deus. Ele exemplifica essa situação dizendo que “em Isaque será chamada a sua descendência” (v. 7), referindo-se ao fato de que se nem todos os filhos de Abraão pertencem à promessa, muito menos todos os judeus estariam salvos por ela. O que Paulo estava querendo ensinar era que a salvação dos judeus não estava no fato de terem nascido em Israel, ou pelo fato de pertencerem a descendência de Abraão.
“Filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa” (v. 8).
Vemos no versículo 9 a primeira referência a soberania de Deus. Apenas os descendentes de Sara seriam herdeiros da promessa. Mas por que Deus escolheu os filhos de Sara para serem os herdeiros? Porque Ele quis! Para mostrar que não é pela geração física que faz do homem um participante das bênçãos de Deus, e sim o fato do próprio Deus escolher! Nos versículos seguintes vemos outro exemplo bíblico que nos mostra a soberania de Deus: o caso de Jacó e Esaú. A Bíblia nos diz que “não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)” e o próprio Deus declara:
“Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú.” (v. 11). 
A escolha de Jacó ao invés de Esaú nos ensina que as obras não interferem na soberana vontade de Deus, pois eles nem haviam nascido ainda. Deus assim o fez para que o seu propósito quanto à eleição prevalecesse.

Este é o primeiro aspecto que podemos ver sobre a soberania de Deus. A vontade e ação divina são independentes de qualquer ação ou posição racial do homem. Vemos a soberania de Deus na eleição, onde Ele chama quem quer, e ao que Ele não quer, não chama. Nos próximos estudos abordaremos outros aspectos relacionados a esse atributo do Senhor.


REFERÊNCIA
PADILHA, Washington. Exposição da Epístola aos Romanos. Editora Batista Regular, São Paulo, 1989.

2 comentários:

  1. O seu texto me faz refletir a soberana vontade de Deus sobre minha vida.

    Pensando...
    Eu não tenho atributos que agradem ao Senhor, e mesmo assim Ele me salvou.
    Esta é uma obra tão magnífica...
    Mesmo sem merecer Ele me salvou...
    Só posso crer que Ele me escolheu... porque eu não sei ....
    Mas para que Ele me salvou,eu sei... para servir ao meu SALVADOR.

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